Ortopedia

Especialidade

Ortopedia é o ramo da medicina responsável pelo estudo e tratamento das patologias que acometem o aparelho locomotor Humano, constituído por ossos, músculos, articulações, tendões e ligamentos.

Alguns exemplos de patologias que acometem o aparelho locomotor e são tratadas pelo médico ortopedista podem ser divididas de acordo com a sua causa:

  • Traumáticas: fraturas, luxações e entorses.
  • Degenerativas: artroses das articulações, hérnias discais.
  • Congênitas: malformações de ossos dos membros, ou da coluna vertebral.
  • Infecciosas: osteomielites, pioartrites, miosites.
  • Metabólicas: osteoporose, neuropatias.
  • Tumorais: câncer ósseo primário, metástases ósseas.

Cabe ao Médico Ortopedista-Traumatologista fazer o diagnóstico e propor o tratamento que pode ser clínico, com uso de medicamentos; cirúrgico e/ou fisioterápico.

A seguir falaremos um pouco sobre as principais queixas e patologias que os ortopedistas atendem com maior frequência na Clínica Axis.


  • Lombalgia
  • Hérnia de Disco
  • Estenose no canal vertebral
  • Escoliose Idiopatica do Adolescente
  • Cifose Juvenil (Doença de Scheuermann) e Cifose Postural
  • Osteoartrose
  • Bursite
  • Tendinites e Entesites
Lombalgia

Lombalgia é a queixa de dor localizada entre as Cristas Ilíacas e as últimas costelas.

Depois da Cefaléia, ou dor de cabeça, a lombalgia é a dor mais comum que acomete o ser humano. É também a segunda causa mais frequente afastamento temporário do trabalho, sendo a primeira o resfriado.

Estima-se que 80% da população humana tem, teve ou terá um dia, pelo menos um episódio de lombalgia intensa.

Adultos na faixa de 35 a 55 anos de idade são a população que apresenta o maior risco de apresentar lombalgia.

A lombalgia não é uma doença, mas sim um sintoma, ou seja, uma queixa relatada pelo paciente. Inúmeras condições ou doenças podem causar lombalgia e o médico ortopedista deve tentar, através da realização de uma boa história clínica, um bom exame físico e uma minuciosa avaliação dos exames subsidiários, tentar identificar a patologia que está ocasionando a lombalgia.

De uma forma didática, podemos dividir as lombalgias em dois grupos, as lombalgias de causa orgânica/sistêmica e as lombalgias mecânicas ou espondilogênicas, causadas por patologias da coluna vertebral.

Como exemplos de lombalgias orgânicas/sistêmicas, podemos citar alguns exemplos:

  • Causas renais: tumor renal, cálculo renal, infecções urinárias.
  • Causas vasculares: Aneurisma de aorta, insuficiência arterial ocasionando isquemias musculares.
  • Causas ginecológicas: Miomas uterinos, endometriose.
  • Causas gastrointestinais: gastrite, pancreatite, colecistites, cálculos biliares, tumores.

Como se pode ver, existe uma infinidade de patologias que podem cursar com lombalgia. Independente da causa da
lombalgia, quando ela é causada por uma doença orgânica ou sistêmica, há uma característica comum a todas elas: elas normalmente não melhoram com o repouso, tampouco, pioram com os movimentos, ou seja, elas não são mecânicas.

Já as lombalgias espondilogênicas, ou seja, causadas por problemas em alguma estrutura da coluna vertebral, tem a característica de serem mecânicas, ou seja, tendem a aliviar com o repouso e piorar com o movimento/esforço.

Inúmeras estruturas da coluna vertebral podem ser responsáveis pela dor lombar mecânica:

  • Discos intervertebrais.
  • Articulações facetarias.
  • Ossos.
  • Ligamentos.
  • Músculo e fascia muscular.

Independente da estrutura responsável pela lombalgia mecânica/espondilogênica, ela quase sempre é autolimitada, melhorando em 90% dos pacientes após 02 meses de tratamento.

Hérnia de Disco

O disco intervertebral é uma estrutura que separa os corpos vertebrais. Ele serve para unir uma vértebra a outra ao mesmo tempo em que permite mobilidade entre as vértebras.

No ser humano temos discos intervertebrais móveis na coluna cervical (pescoço), na coluna Torácica (tronco) e na coluna lombar (entre o tórax e a bacia). No total temos 23 discos intervertebrais e todos eles são formados por duas partes, o núcleo pulposo e o ânulo fibroso.

Denomina-se hérnia discal quando o ânulo fibroso se rompe e o núcleo pulposo extravasa para dentro do canal vertebral. Este material extravasado pode comprimir raízes nervosas e ocasionar dor, tanto lombar como dor irradiada para os membros inferiores. Quando a dor irradiada segue um trajeto específico ela é considerada uma dor ciática, ou ciatalgia.

A hérnia do disco lombar é mais comum em homens, é rara na população jovem (abaixo de 25 anos) e é mais prevalente na população de meia idade entre 30 e 60 anos. No reino Unido, a incidência de hérnia do disco lombar nos homens, entre 55 e 65 anos de idade, é de 9,4%.

Ao redor de 90% dos pacientes, com um primeiro episódio de ciatalgia por hérnia do disco, vão melhorar com tratamento conservador e não irão necessitar de cirurgia. Existem inúmeros relatos na literatura mostrando a reabsorção completa do fragmento do disco herniado pode ocorrer sem a necessidade de cirurgia.

O tratamento cirúrgico da hérnia do disco, tanto cervical como lombar, é uma exceção e não a regra.

Estenose no canal vertebral

A Estenose do canal vertebral é uma patologia muito prevalente na população, sobretudo nos indivíduos acima dos 60 anos. Ela pode ocorrer em todos os segmentos da Coluna vertebral, sendo mais frequente na coluna lombar, seguido da coluna cervical e por último da coluna torácica.

Quando ocorre na coluna cervical ou torácica, os sintomas neurológicos são de compressão da medula espinal, quando ocorre na coluna lombar, os sintomas são devidos a compressão das raízes neurais da Cauda Equina.

Chamamos de segmento motor da coluna vertebral, a união de duas vértebras por um disco intervertebral anteriormente e por ligamentos + facetas articulares posteriormente. A principal causa de estenose da coluna vertebral são as alterações artrosicas/degenerativas do segmento motor da coluna vertebral.

O paciente típico portador da estenose da coluna lombar é um paciente com mais de 60 anos cuja queixa principal é dor lombar crônica associada a sensação de Dor/Peso/cansaço/formigamento e fraqueza dos membros inferiores quando permanece em pé parado ou andando, este quadro clínico dos membros inferiores é chamado de Claudicação Neurogênica. Os sintomas da claudicação neurogênica desaparecem lentamente quando o paciente deita ou senta fletindo anteriormente a coluna lombar.

O diagnóstico da estenose do canal vertebral é feito com a Ressonância Nuclear Magnética da coluna e o médico ortopedista deve atentar-se para outros diagnósticos diferenciais como a Artrose/Bursite do quadril, a neuropatia diabética e a insuficiência arterial dos membros inferiores.

Quando os sintomas da claudicação neurogênica são leves ou pouco limitantes, o tratamento é conservador e baseado em medicamentos e fisioterapia.

Pacientes muito sintomáticos com grande dificuldade de locomoção e diminuição significativa da qualidade de vida devem ser submetidos ao tratamento cirúrgico. A cirurgia preconizada é a descompressão vertebral no local estenosado (laminectomia descompressiva), tal cirurgia quando bem indicada e bem realizada é muito gratificante para o paciente e para o médico.

Escoliose Idiopatica do Adolescente

A coluna vertebral quando vista de frente ou por trás deve ser retilínea, quando observamos algum desvio e comprovamos isto com uma radiografia, diagnosticamos uma Escoliose Vertebral.

A Escoliose pode ocorrer em todos os segmentos da coluna vertebral, ou seja, no segmento cervical, torácico ou lombar. Frequentemente esta deformidade no plano frontal vem acompanhada de desvios rotacionais da coluna, dessa forma, nas escolioses da coluna torácicas, muitas vezes a queixa dos pacientes é uma gibosidade nas costelas ou uma assimetria do tórax ou das mamas. Nas escolioses da coluna lombar, a queixa é frequentemente uma assimetria da cintura.

Várias patologias podem causar a escoliose vertebral, por isso a escoliose pode ser congênita (detectável ao nascimento), neuromuscular, traumáticas, 2 aria a doenças específicas (neurofibromatose, doença de
marfan), infecciosas, idiopáticas e etc.

Dentre todas as causas de escoliose, a escoliose idiopática é a mais prevalente. Ainda não sabemos a real causa da escoliose idiopática, mas, seguramente, ela é de origem genética, está comprovado que filhas de mães com escoliose têm um risco maior de desenvolverem uma escoliose significativa.

Estima-se que 90% das escolioses idiopáticas ocorrem no estirão da adolescência, e, por este motivo, são chamadas de Escoliose Idiopática do Adolescente. A Escoliose Idiopática do Adolescente, sobretudo as curvas maiores de 30 graus, que necessitam de tratamento, são 10 vezes mais frequentes nas meninas do que nos meninos.

O diagnóstico da Escoliose, o diagnóstico da sua causa e a indicação do melhor tratamento são feitos pelo médico ortopedista.

Como regra geral o tratamento varia de acordo com o grau da escoliose e com o potencial de crescimento do paciente.

Curvas pequenas, até 25 graus são observadas, curvas moderadas (25 a 45 graus) podem necessitar o uso de colete e as curvas acentuadas (acima de 50 graus) podem necessitar cirurgia.

Cifose Juvenil (Doença de Scheuermann) e Cifose Postural

A Coluna vertebral quando vista de frente ou por trás deve ser retilínea, porém quando vista de lado, apresenta 04 curvaturas que são normais e fisiológicas. Estas curvaturas estabelecem-se e vão se estruturando desde o nascimento até a vida adulta. Estas curvas são:

  • As Lordoses Cervical e Lombar.
  • As Cifoses Sacral e Torácica.

A cifose Torácica é uma curva que já existe desde o nascimento e que, nos adultos normalmente varia entre 20 a 50 graus. Todas as vezes que a Cifose Torácica ultrapassa os 50 graus, caracterizamos uma hipercifose da colunaTorácica.

A Hipercifose é muito comum nos idosos e normalmente é consequência da perda do tônus muscular e/ou osteoporose.

Nos adolescentes a hipercifose torácica também é uma queixa frequente e costuma ser motivo de preocupação dos pais.

Várias patologias podem ocasionar a hipercifose da coluna Torácica na criança/adolescente, dentre elas, as causas mais frequentes são:

  • A Hipercifose Torácica Postural.
  • A hipercifose Torácica Juvenil ou Doença de Scheuermann

O médico Ortopedista é o médico especialista para determinar e medir se a Cifose do adolescente é excessiva. Isto é feito através da história, do exame físico e da avaliação dos exames de imagens.

Diferenciar se a hipercifose do adolescente é postural ou devida a Doença de Scheuermann é fundamental pois o prognóstico e o tratamento destas duas patologias é totalmente distinto.

A Hipercifose Torácica Postural normalmente é indolor, a deformidade é flexível e as vértebras envolvidas não apresentam deformações nas radiografias. Os hábitos posturais atuais de muitos

adolescentes, devido ao uso excessivo de Smartphones, frequentemente estão associados aos pacientes portadores de hipercifose postural. O tratamento é baseado no aconselhamento postural, no incentivo a pratica de atividade física e nos exercícios fisioterápicos de fortalecimento e alongamento.

Já a Hipercifose Torácica devido a Doença de Scheuermann normalmente é dolorosa, mais acentuada e facilmente detectável nos exames de imagem. Ela deve ser diagnosticada e tratada o mais precocemente possível pois, quando não tratada podem ocorrer deformidades sequelares significativas. O tratamento depende do grau da cifose torácica e da idade do paciente. Os casos mais leves são tratados com fisioterapia, os casos mais acentuados podem necessitar do uso de coletes e, nos casos mais extremos pode até ser necessário o tratamento cirúrgico.

Osteoartrose

A osteoartrose é um termo genérico caracterizado pelo envelhecimento/alteração da cartilagem que recobre as articulações. A osteoartrose é a afecção articular mais comum e que causa maior incapacidade, principalmente nos idosos.

A osteoartrose por definição é uma patologia lenta, crônica e progressiva, às vezes, o portador de osteoartrose após um trauma ou esforço pode ter uma agudização da dor articular, isto ocorre devido ao aumento do processo inflamatório intra-articular, daí vem o termo osteoartrite que frequentemente é considerado, erroneamente, como
sinônimo da osteoartrose.

A Osteoartrose é mais prevalente nas mulheres, praticamente todas as articulações sinoviais podem ser acometidas de osteoartrose, as mais frequentes são: as articulações da mão, o quadril, o joelho e as articulações da coluna vertebral.

Os principais fatores predisponentes para a osteoartrose do idoso são:

  • obesidade.
  • sequelas de traumas/fraturas articulares.
  • atividade esportiva intensa (entre a 3ª e 4ª década da vida)

O diagnóstico é essencialmente clínico através do exame físicoortopédico e pode ser comprovado com as radiografias.

Cabe ao ortopedista avaliar globalmente o paciente portador de osteoartrose e decidir pelo melhor tratamento.

O tratamento conservador é focado na fisioterapia e acompanhado de medicamentos analgésicos e antiinflamatórios.

O tratamento cirúrgico é reservado para os casos mais graves e pode variar de uma simples infiltração articular até uma artroplastia que é a substituição da articulação doente por uma prótese. A artroplastia quando bem indicada e realizada é uma cirurgia muito gratificante para o paciente.

Bursite

Bursas são pequenas bolsas compostas por membrana e líquido sinovial, a principal função das bursas é diminuir o atrito entre duas estruturas.

O nosso corpo tem centenas de bursas, elas diminuem o atrito durante os movimentos entre ossos e tendões, entre ossos e músculos, entre ossos e pele, etc.

Normalmente elas são praticamente invisíveis e totalmente indolores, porém, devido a traumas, deformidades ou degeneração de tendões e articulações, as bursas podem se inflamar e ficarem inchadas e cheias de líquido sinovial.

As bursas inflamadas e inchadas frequentemente são dolorosas, e este quadro clínico é chamado de Bursite. Cabe ao médico ortopedista diagnosticar a bursite, diferenciá-la das tendinites e das artrite e indicar o melhor tratamento.

O tratamento das bursites normalmente é medicamentoso/fisioterápico. Ás vezes pode ser necessária a infiltração/punção da Bursa para esvaziá-la e para a colocação de medicamentos antiinflamatórios. Raras vezes pode ser necessária uma cirurgia para remover uma Bursa cronicamente inflamada e dolorosa.

Tendinites e Entesites

De maneira geral, para que ocorra o movimento de nossos braços e pernas, por exemplo, é necessário que a força da contração muscular seja transmitida aos ossos. Os Tendões são como “cabos” que unem os músculos aos ossos, dessa forma, eles transmitem a energia da contração muscular aos ossos e propiciam o movimento.

Se analisarmos um tendão ao microscópio veremos que ele é composto por inúmeros pequenos feixes de fibras colágenas, a melhor analogia é comparar um tendão a um cabo de fibra ótica.

A inserção do tendão no osso é feita pela união das fibras colágenas do tendão com as fibras colágenas dos ossos. Esta interface tendão/osso é chamada de êntese.

Devido a traumas, desequilíbrios musculares, falta de alongamento, má postura, envelhecimento, etc, os tendões podem se inflamar. Se a inflamação ocorre no tendão chamamos de Tendinite, se ocorre na êntese, chamamos de Entesite.

As tendinites mais comuns são a tendinite do tendão patelar no joelho (tendinite do saltador) e a tendinite do manguito rotador do ombro.

As entesites mais comuns são a entesite do cotovelo (cotovelo de tenista) e a entesite da inserção do tendão de Aquiles no calcanhar, muito frequente em corredores.

O tratamento das tendinites e entesites é essencialmente medicamentoso e fisioterápico. Muitas vezes a Terapia de Ondas de Choque pode ser utilizada com excelentes resultados.

Sua vida em equilíbrio.

Axis Clínica de Coluna
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CRM-SP: 66050
Medicina Física e Reabilitação – RQE-SP: 44909

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